Wednesday, April 29, 2009

Objectivos

24 depois do arranque, comecei a pensar nos próximos passos e a digerir todo o feedback que tive no dia de ontem. Como sempre, não foram muitos a participar, mas como dizia em tempos o PSR "Vale mais uma ovelha acordada do que dez a dormir".

Assim, já foi criado um email e durante este fim de semana gordo irei analisar os estatutos do clube e os requesitos que a famosa lista de assinaturas deverá ter. Como algumas pessoas me questionaram no Serbenfiquista.com, esta movimento não é uma candidatura alternativa a Luis Filipe Vieira nem eu sou um testa de ferra de um Damásio, Quaresma ou Carvalho. Sou um sócio anónimo, como muitos dos que me leram, que achou por bem dar o primeiro passo.

Como principal objectivo, gostava de ter um número ambicioso de assinaturas e apresentar este Movimento a Bagão Felix para mostrar que uma parte dos benfiquistas tem vontade de mudar o actual estado das coisas. Se, mesmo assim, não conseguirmos cativar um "histórico", a decisão poderá ser mais ousada e, respeitando a democracia e o debate de ideias, formalizar uma candidatura às eleiçoes tendo como base os ditos sócios anónimos, os que amam o clube e que o vêm tão maltratado nos últimos 15 anos.

Na próxima semana conto ter o documento formal para a recolha de assinaturas e altura irei pedir a todos os que se queiram voluntariar para ajudar neste processo. Até lá, saudações gloriosas e votos de uma vitória no Funchal.

A ideia

Nos últimos meses tenho amadurecido uma ideia que poderá ser vista como utópica por uns ou megalómana por outros: Sou benfiquista há muitos anos e desde tenra idade que me habituei a fazer o caminho para a velhinha Luz, ou pela mão do meu pai ou ,já mais garoto, com um grupo de vizinhos liderado por um mais velho que tinha paciência de guardar o rebanho. Vi muitas alegrias, algumas tristezas, celebrei muitas vitórias e nem consigo contar as horas de passei a ver o Benfica.

Com o passar dos anos a paixão, como em todas as relações, amadureceu e passou a ser algo menos intenso mas mais sólido, como aqueles casamentos quando celebram as bodas de ouro. Foi com tristeza que assisti à reforma compulsiva de alguns ídolos de juventude pela mão do “Rei Artur” e ao decair do Benfica após 1995. Na altura das eleições que colocavam Manuel Damásio contra Vale e Azevedo, não tive dúvidas que um presidente cuja gestão tinha sido ruinosa para o clube não podia continuar. Envolvi-me em alguns eventos de campanha e depositei os meus votos, tal como tinha feito na eleição do Sr. Jorge de Brito, em Vale e Azevedo. E abriu-se uma Caixa de Pandora.

Para muitos a direcção desse presidente foi a pior do Benfica. Eu, pessoalmente, sempre achei que o princípio do fim começou com Damásio mas Vale e Azevedo colocou mais uns pregos num caixão que, lentamente, se fechava sobre o futuro do Benfica. Da mesma forma que o elegi, também me empenhei na vitória de Vilarinho, numa tentativa de corrigir uma opção menos feliz que tinha tomado nas eleições anteriores. A meio do mandato o nosso presidente eleito resignou e passou a pasta ao homem forte do futebol, Luís Filie Vieira, que com um discurso cativante mobilizou os Benfiquistas.

Depois, como presidente, as decisões polémicas foram-se acumulando. Começaram com o ingresso de José Veiga no Benfica, passaram pela entrada de elementos mais próximos de clubes rivais e culminou com o assumir da pasta do futebol na nefasta época de 2007-2008. Os resultados desportivos estão à vista e, infelizmente, o ciclo que começou com Damásio não tem fim marcado.

Com novas eleições no final de 2009, desenha-se uma recandidatura do actual presidente e as listas alternativas tardam em aparecer. Nos casos que timidamente vão aparecendo, nota-se um ressurgir da corrente “Damasiana”, assustando os mais antigos sobre o regresso de um dos piores presidentes do Benfica. Por outro lado, a politica desportiva de Luís Filipe Vieira, o constante esbanjar de dinheiro sem o respectivo retorno ao nível de títulos ganhos e uma imagem arrogante e autocrática no exercício do poder, ao puro estilo dos reis absolutistas do século XVIII, fazem temer a reeleição de um homem que, tendo sido importante numa viragem do Benfica, é hoje parte do problema que existe no Benfica.

Os portugueses são tidos como passivos e pouco empreendedores, conformando-se com as dificuldades e assobiando para o lado. Mas algo pode mudar, devemos mostrar que todos podemos fazer a diferença e que passa por nós mudar essa cultura. Começamos a ver movimentos independentes nas presidenciais, nas eleições autárquicas, porque não um movimento no Benfica de sócios anónimos, válidos e que procuram o melhor para o seu clube.

O primeiro objectivo será reunir assinaturas que permitam criar uma lista para as próximas eleições. Depois, definir um programa eleitoral e as pessoas disponíveis para dar a cara por este projecto. Finalmente, discutir os problemas do clube abertamente, com transparência e frontalidade, procurando as melhores soluções. Afinal, “O Benfica somos nós”.