Monday, June 8, 2009

Toque a reunir

O que muitos temiamos aconteceu. Com a demissão dos orgãos sociais, o Benfica irá ter eleições em menos de um mês, retirando toda a hipótese de uma discussão democrática e saudável pelo futuro do clube. Num estilo puramente estalinista, o presidente fez o movimento que lhe garante uma vantagem contra qualquer concorrencia que possa aparecer, mais ou menos credível, que queria discutir o nosso bem amado clube.
Mas como em todas as ditaduras, desde Mobuto a Suharto, de Mussolini a Pinochet, a voz do povo não pode ser calada. Está na altura de fazermos a diferença.


“Na primeira noite eles se aproximam
E colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite já não se escondem,
Pisam as flores, matam nosso cão
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.”

MAIAKOVSKI, poeta russo,
“suicidado” após a revolução de Lenin, no início do séc. XX

Thursday, May 21, 2009



O poster ao lado tem quase 100 anos e foi uma das imagens do primeiro grande conflito que assolou o mundo.

Hoje, numa altura em que precisamos de todos para fazer a diferença em Outubro, lembrei-me de a deixar cá.

Lembra-te que podes fazer a diferença.

Wednesday, May 6, 2009

O fim do silência

"Primeiro, eles vieram atrás dos comunistas.
E eu não protestei, porque não era comunista.

Depois, eles vieram pelos socialistas
e eu não disse nada, porque não era socialista.

Mais tarde, eles vieram atrás dos líderes sindicais.
Eu nada disse, porque não era líder sindical.

Então, foi a vez dos judeus.
E eu permaneci em silêncio porque não era judeu.

Quando vieram por mim,
Não restava ninguém para falar."

Martin Niemoller (1892-1984) Pastor luterano

E tu, vais continuar calado?

Saturday, May 2, 2009

Estado da Nação

A troca de opiniões no Serbenfiquista.com, e a forma como os apoiantes da actual direcção atacam possíveis nomes alternativos dão o mote para começarmos a falar sobre os problemas e o futuro do Benfica. Tomei a liberdade de identificar alguns temas chave e recolher as vossas opiniões durante as próximas semanas.

Modalidades Amadores, Futebol Juvenil, Finanças e Futebol Sénior serão os primeiros temas a debater mas a discussão poderá evoluir para outras áreas.

Em relação às Modalidades Amadoras, foi notório o esforço desta Direcção para recuperar as asneiras do mandato de Vale e Azevedo. Apesar dos resultados desportivos teimarem em aparecer em algumas delas, o recente sucesso do Basket e as excelente épocas do FuteSal mostraram uma aposta certa nesta modalidades, discutindo títulos e devolvendo a imagem de um Benfica eclético e preocupado com o desporto extra-futebol.

No entanto, a solidez financeira das modalidades é constantemente colocada em causa, mesmo após parte da quotização ser desviada para o orçamento das modalidades. Que futuro irão ter as nossas modalidades?

Pessoalmente, acho que cada modalidade deve ser auto-suficiente ao nível financeiro e que se deve manter o conceito de um valor da quota para apoio às modalides. Devemos também analisar a viabilidade económica de cada uma delas e apostar nas que dão mais rotorno, garantindo nas outras um trabalho de formação que possa dar frutos a médio prazo. Temos que voltar aos jogos em dia de futebol, como antigamente, onde a seguir ao apito final iamos a correr ao velhinho pavilhão do 3º anel ou ao Borges Coutinho ver o Andebol ou o Volei.

Quais as vossas apostas, que rumo gostariam de dar às modalidades amadoras do Benfica?

Próximos passos

O documento para a recolha de assinaturas já está pronto. Os voluntários que queiram ajudar enviem por favor um mail para obenficasomosnos@gmail.com para vos enviar o ficheiro.

Aqueles que apenas querem assinar poderemos combinar um encontro num dia de jogo ou, no caso de serem de fora de Lisboa, fazer chegar uma folha que depois será reenviada para outros interessados.

Após uma análise dos estatutos, há algumas questões importantes a detalhar.

“Um sócio apenas pode subscrever uma lista e não pode propor uma lista da qual faça parte” artº 25 dos Estatutos.

Neste sentido, é importante termos algum cuidado na recolha das assinaturas. È muito fácil ter sócios a subscrever duas listas e colocar uma “fora do barco”. Assim, é importante passarem a importância desta situação a todos os que intervenham neste movimento, já que podemos estar permeáveis a adesões que, depois, se mostrem nulas ou inválidas por também terem assinado outras listas.

Apesar do número for de 250 vamos tentar garantir pelo menos 300. Nunca se sabe quando poderão fazer falta. Só podem assinar sócios com mais de um ano de filiação.

“Os cargos dos orgãos sociais são desempenhados por sócios efectivos, com pelo menos 5 anos de filiação ininterrupta” – artº 23

Importante no caso de decidirmos criar uma lista própria, a constituição dos Orgãos Sociais é a seguinte:
Mesa da Assembleia Geral: Presidente, Vice-Presidente e 2 Secretários (artº 56)
Direcção: Presidente e 4 a 6 Vice-Presidentes e 2 Vice-Presidentes suplentes
Conselho Fiscal: Presidente, Vice-Presidente e 3 vogais (de preferência um ROC)

Para uma lista necessitaremo de 16 a 18 pessoas.

Durante as próximas semana a ideia será começar a recolher o máximo número de assinaturas, informando a existência deste movimento e lançar as bases para a discussão aberta dos problemas do Benfica.

Wednesday, April 29, 2009

Objectivos

24 depois do arranque, comecei a pensar nos próximos passos e a digerir todo o feedback que tive no dia de ontem. Como sempre, não foram muitos a participar, mas como dizia em tempos o PSR "Vale mais uma ovelha acordada do que dez a dormir".

Assim, já foi criado um email e durante este fim de semana gordo irei analisar os estatutos do clube e os requesitos que a famosa lista de assinaturas deverá ter. Como algumas pessoas me questionaram no Serbenfiquista.com, esta movimento não é uma candidatura alternativa a Luis Filipe Vieira nem eu sou um testa de ferra de um Damásio, Quaresma ou Carvalho. Sou um sócio anónimo, como muitos dos que me leram, que achou por bem dar o primeiro passo.

Como principal objectivo, gostava de ter um número ambicioso de assinaturas e apresentar este Movimento a Bagão Felix para mostrar que uma parte dos benfiquistas tem vontade de mudar o actual estado das coisas. Se, mesmo assim, não conseguirmos cativar um "histórico", a decisão poderá ser mais ousada e, respeitando a democracia e o debate de ideias, formalizar uma candidatura às eleiçoes tendo como base os ditos sócios anónimos, os que amam o clube e que o vêm tão maltratado nos últimos 15 anos.

Na próxima semana conto ter o documento formal para a recolha de assinaturas e altura irei pedir a todos os que se queiram voluntariar para ajudar neste processo. Até lá, saudações gloriosas e votos de uma vitória no Funchal.

A ideia

Nos últimos meses tenho amadurecido uma ideia que poderá ser vista como utópica por uns ou megalómana por outros: Sou benfiquista há muitos anos e desde tenra idade que me habituei a fazer o caminho para a velhinha Luz, ou pela mão do meu pai ou ,já mais garoto, com um grupo de vizinhos liderado por um mais velho que tinha paciência de guardar o rebanho. Vi muitas alegrias, algumas tristezas, celebrei muitas vitórias e nem consigo contar as horas de passei a ver o Benfica.

Com o passar dos anos a paixão, como em todas as relações, amadureceu e passou a ser algo menos intenso mas mais sólido, como aqueles casamentos quando celebram as bodas de ouro. Foi com tristeza que assisti à reforma compulsiva de alguns ídolos de juventude pela mão do “Rei Artur” e ao decair do Benfica após 1995. Na altura das eleições que colocavam Manuel Damásio contra Vale e Azevedo, não tive dúvidas que um presidente cuja gestão tinha sido ruinosa para o clube não podia continuar. Envolvi-me em alguns eventos de campanha e depositei os meus votos, tal como tinha feito na eleição do Sr. Jorge de Brito, em Vale e Azevedo. E abriu-se uma Caixa de Pandora.

Para muitos a direcção desse presidente foi a pior do Benfica. Eu, pessoalmente, sempre achei que o princípio do fim começou com Damásio mas Vale e Azevedo colocou mais uns pregos num caixão que, lentamente, se fechava sobre o futuro do Benfica. Da mesma forma que o elegi, também me empenhei na vitória de Vilarinho, numa tentativa de corrigir uma opção menos feliz que tinha tomado nas eleições anteriores. A meio do mandato o nosso presidente eleito resignou e passou a pasta ao homem forte do futebol, Luís Filie Vieira, que com um discurso cativante mobilizou os Benfiquistas.

Depois, como presidente, as decisões polémicas foram-se acumulando. Começaram com o ingresso de José Veiga no Benfica, passaram pela entrada de elementos mais próximos de clubes rivais e culminou com o assumir da pasta do futebol na nefasta época de 2007-2008. Os resultados desportivos estão à vista e, infelizmente, o ciclo que começou com Damásio não tem fim marcado.

Com novas eleições no final de 2009, desenha-se uma recandidatura do actual presidente e as listas alternativas tardam em aparecer. Nos casos que timidamente vão aparecendo, nota-se um ressurgir da corrente “Damasiana”, assustando os mais antigos sobre o regresso de um dos piores presidentes do Benfica. Por outro lado, a politica desportiva de Luís Filipe Vieira, o constante esbanjar de dinheiro sem o respectivo retorno ao nível de títulos ganhos e uma imagem arrogante e autocrática no exercício do poder, ao puro estilo dos reis absolutistas do século XVIII, fazem temer a reeleição de um homem que, tendo sido importante numa viragem do Benfica, é hoje parte do problema que existe no Benfica.

Os portugueses são tidos como passivos e pouco empreendedores, conformando-se com as dificuldades e assobiando para o lado. Mas algo pode mudar, devemos mostrar que todos podemos fazer a diferença e que passa por nós mudar essa cultura. Começamos a ver movimentos independentes nas presidenciais, nas eleições autárquicas, porque não um movimento no Benfica de sócios anónimos, válidos e que procuram o melhor para o seu clube.

O primeiro objectivo será reunir assinaturas que permitam criar uma lista para as próximas eleições. Depois, definir um programa eleitoral e as pessoas disponíveis para dar a cara por este projecto. Finalmente, discutir os problemas do clube abertamente, com transparência e frontalidade, procurando as melhores soluções. Afinal, “O Benfica somos nós”.